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November 18, 2025

Desafios Organizacionais 2026: entre a IA, as habilidades e a humanidade

1. O tempo em que o futuro chegou

O ‘futuro’ deixou de ser uma previsão e se tornou rotina. Transformações tecnológicas, culturais e econômicas reconfiguram a forma como as organizações crescem, se relacionam e aprendem.

Entre o avanço da inteligência artificial (IA) e a ascensão da lógica skill-based, 2026 anuncia um momento em que o humano, o digital e o econômico precisam coexistir com coerência.

A Afferolab acompanha esse movimento de perto. A partir de estudos proprietários, dados de mercado e escuta ativa de lideranças, reunimos neste artigo as tendências e desafios que moldarão o cenário organizacional em 2026 e os caminhos possíveis para superá-los.

2. Retrospectiva 2025

2025 foi o ano das reviravoltas. Instabilidade econômica, inflação global e riscos cibernéticos formaram o pano de fundo de um mercado em busca de estabilidade.

Ao mesmo tempo, as empresas enfrentaram o apagão de mão de obra qualificada e a baixa retenção de talentos, fenômenos que, segundo o Global CEO Survey da PwC, preocupam 30% dos líderes brasileiros.

Em 2025, o principal desafio das organizações foi se manter relevante e competitiva pelo máximo tempo possível. Lembrando que relevância competitiva é consequência de alto desempenho saudável e não há como atingir isso sem pessoas em constante aprendizado.

Muitos desafios de 2025 somam-se ao novo cenário de 2026, porém, o recado deixado por 2025 foi de otimismo, um convite para olhar o horizonte com confiança em um futuro sustentável, inovador e humano.  

Relembre todo o cenário de 2025

3. O tabuleiro dos desafios organizacionais

Os desafios para 2026 vão impactar todas as empresas, independentemente do porte ou setor, e se concentram em quatro eixos:

  • Competitividade e adaptação contínua: sobreviver em mercados que mudam em ciclos cada vez menores.
  • Transformação digital e cultural: integrar tecnologia e propósito sem perder o humano.
  • Requalificação e escassez de talentos: preparar pessoas para os desafios atuais e papéis que ainda estão sendo criados.
  • Saúde organizacional e mental: lidar com crescentes índices de burnout, sobrecarga cognitiva e emocional de lideranças (sobretudo a média) e das equipes.

O ponto de convergência aos 4 eixos será determinado em capacitar, adaptar e mobilizar competências críticas com velocidade.

4. A inteligência artificial e o desafio da sabedoria

A IA deixou de ser uma promessa e se tornou parte ativa do cotidiano corporativo.

Mesmo que algumas empresas empenhem barreiras, as pessoas em maior ou menor escala acabam usando as soluções.

Soluções essas que estão automatizando tarefas, ampliando a produtividade e redefinindo o que entendemos por trabalho.  

Para Raquel Moraes, Head de Design da Afferolab, o desafio para 2026 é desenvolver sabedoria de uso, integrar IA à estratégia e à cultura organizacional com ética, propósito e criticidade.

Neste contexto, empresas maduras digitalmente:

  • Criam programas de letramento em IA para todas as camadas;
  • Usam agentes de IA conectados a bases internas para personalizar o aprendizado;
  • Focam no desenvolvimento de competências humanas que a tecnologia não reproduz, como: discernimento, empatia e criatividade.

Maurício Pontuschka, CTO da HOB e partner da Afferolab, destaca que a IA está moldando a forma como indivíduos produzem, aprendem, tomam decisões e interagem com sistemas complexos.  

Para ele, é essencial, aos negócios, compreender os diferentes estágios de maturidade tecnológica e os critérios que viabilizam sua disseminação para se manter relevante em um ambiente de transformações aceleradas.

Aprofunde-se em IA

5. O modelo skill-based e a reconfiguração do valor

A modelo skill-based marcou uma virada cultural no mercado em 2025, dando maior ênfase e valor em ações efetivas e aplicáveis, e colocando de lado a sisuda tradição dos diplomas e cargos engessados.

Segundo o estudo Skill-based Brasil 2025, empresas globais como Google, IBM e PwC já demonstram o impacto desse modelo, contratando, promovendo e remunerando com base em habilidades aplicadas, e não em diplomas ou tempo de casa.

No Brasil, o movimento ganha corpo em ecossistemas de aprendizagem internos, contratação por habilidades, marketplaces de talentos e sistemas de mapeamento via IA como formas de validar e reconhecer o talento.

Essa reconfiguração desloca o poder dentro das organizações: a referência deixa de ser do cargo e passa a ser da entrega.

Para Alessandra Lotufo, MD da Afferolab e autora do estudo Skill-Based Brasil 2025, o skill-based trata-se da construção de um novo metodo de trabalho, em que as oportunidades são definidas pelo que cada profissional pode entregar, criar e transformar. Em muitas áreas, diplomas e tempo de serviço se tornaram coadjuvantes.

Entenda o modelo Skill-based

6. A economia e o imperativo do upskilling

A análise da Afferolab em pareceira com a Pezco Economics mostra que, entre 2018 e 2023, as funções de gerência em setores tecnológicos cresceram 96%, e as de especialistas técnicos, 79%.

Esses dados revelam o surgimento de uma nova classe média técnica, sustentada por profissionais que dominam competências aplicadas e digitais.

O recado é claro: investir em upskilling e reskilling passa de uma iniciativa de T&D a uma estratégia econômica da empresa.  

Nesse cenário, a dupla upskilling e reskilling oferecem agilidade, personalização e conexão direta com os desafios reais do trabalho.

Para Alessandra Lotufo, MD da Afferolab, em um mundo que exige reinvenção constante, o profissional mais valorizado será aquele que une pensamento estruturado, repertório prático e capacidade de continuar aprendendo. E as empresas que souberem identificar isso terão uma enorme vantagem competitiva.

7. As tensões humanas e culturais

Cinco gerações coexistem no mesmo ambiente corporativo, com visões distintas sobre trabalho, propósito e liderança.

Enquanto a geração Z prioriza flexibilidade e significado, líderes mais experientes buscam estabilidade e clareza estratégica.

Essa diversidade é uma força, mas também um desafio.

Raquel Moares explica que sem uma cultura que promova escuta, empatia e integração intergeracional, o risco é de fragmentação e desengajamento.

Aliado a esse cenário, há a crescente queda no engajamento. Segundo pesquisa da FGV, 6 em cada 10 trabalhadores pensou em pedir demissão em 2025. O desafio se agrava ao olhar para o custo do desengajamento: de acordo com o portal G1, esse valor pode chegar a R$ 77 bilhões por ano.

Entre as lideranças médias, o alerta está relacionado ao burnout, que se apresenta em duas formas: o clássico, por sobrecarga; e o do tédio, quando o trabalho perde propósito.

A liderança média, aponta Raquel, vive sob pressão. De um lado, metas e prazos; de outro, times em sobrecarga. É o grupo mais suscetível ao esgotamento, mas também o mais crítico para sustentar a cultura e traduzir a estratégia no cotidiano.

Os líderes de 2026 precisarão de:

  • Fluência tecnológica, para interpretar dados e dialogar com IA;
  • Sensibilidade humana, para inspirar confiança em contextos híbridos;
  • Capacidade de criar sentido, em um ambiente cada vez mais ambíguo.

A liderança do futuro não é quem manda, é quem conecta.

Para superar esses desafios, a cultura organizacional precisa evoluir de um modelo de controle para um de autonomia, empatia e confiança.

Como reforça Raquel Moraes, o RH precisa estar na linha de frente da transformação cultural.  

8. Caminhos para superação

Diante desse cenário, que soma-se aos desafios de 2025, as empresas que prosperarão em 2026 compartilham alguns princípios:

  1. RH estratégico: reposicionar a área como centro de decisão e parceiro da estratégia.
  1. Gestão skill-based: organizar talentos com base em competências, não cargos.
  1. Letramento em IA e dados: preparar as pessoas para usar tecnologia com ética e criticidade.
  1. Cultura de aprendizagem viva: criar sistemas que sustentem o desenvolvimento contínuo.
  1. Liderança humana: promover líderes com empatia, autonomia e visão de futuro.

Um ponto central aqui passa pela cultura skill-based de aprendizagem contínua.  

9. O futuro da aprendizagem

Como trouxemos acima, a lógica de treinamento linear cedeu espaço a ecossistemas de aprendizagem adaptáveis.

Os programas longos precisam fazer sentido no contexto, mas em geral podem ceder espaço a experiências curtas, personalizadas e aplicáveis.

Como destaca Raquel Moraes, não faz sentido criar um curso de um ano sobre IA, ele pode ficar obsoleto antes de terminar.

O futuro da aprendizagem corporativa combina:

  • Microaprendizagem e aprendizado on the job;
  • Comunidades de prática e mentoria;
  • LMS+LXP para personalização de percursos individuais;
  • Curadoria viva de conhecimento, que integra conteúdo interno e externo.

Por fim  

Em 2026, as empresas não competirão por mercado, mas por significado. A vantagem competitiva será humana e mediada pela inteligência.

Organizações que aprendem continuamente serão as que traduzirem tecnologia em propósito, dados em decisões e habilidades em impacto.

O futuro não pertence a quem tem tecnologia, mas a quem tem inteligência para usá-la com sabedoria.

Mais do que uma consultoria de treinamentos, atuamos como um ecossistema de aprendizagem, promovendo experiências de alto impacto, significativas, memoráveis e feitas para melhorar a vida de gente como a gente.

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