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November 25, 2025

Papo de Aprendizagem Case Unibusiness - Totvs

Engajar pessoas em plataformas de aprendizagem é uma dor comum de qualquer área de T&D.  

Empresas investem em LMS, estruturam trilhas, produzem conteúdo e, quando clicam no dashboard, o cenário retrata um filme de faroeste, com blocos de capim seco rolando ao vento.

No primeiro episódio do Papo de Aprendizagem, conversamos Flávio Mascarenhas, Gestor de Soluções Educacionais da TOTVS, professor de Psicologia Organizacional e especialista em DHO compartilhou lições sobre engajamento, conteúdo, comportamento humano e o papel do LMS/LXP para transformar aprendizagem em resultado real.

Este conteúdo resume a Live de maneira prática, aplicável e estratégica.

Boa Leitura.

1. Engajamento não nasce do conteúdo, nasce da estratégia

Uma das principais provocações trazidas por Flávio é que a educação corporativa precisa abandonar o papel de “tiradora de pedidos”.

Segundo ele, a ideia de colocar conteúdo na plataforma e acreditar que isso vai gerar engajamento é um equívoco, o que constrói engajamento é uma estratégia bem estruturada.  

Um dos conselhos do gestor para pensar estratégias é entender de gestão, uma das bases da Unibusiness, e como literatura ele indica:

Recomendo o livro Gestão do Amanhã, do Sandro Magaldi e José Salibi Neto, que trata do conceito de “segundo motor”, aquilo que agrega valor aos clientes além de produtos e serviços.

Ele exemplifica a principal linha mental das empresas hoje como um dos fatores que vão de encontro ao engajamento:

A maioria das empresas pensa assim:

  • Criamos uma trilha.
  • Fizemos upload no LMS.
  • Pronto, agora é só esperar os acessos.

Flávio reflete ser essa uma armadilha, pois as plataformas não engajam sozinhas. Elas dependem de:

  • curadoria inteligente,
  • comunicação interna ativa,
  • participação de outras áreas,
  • conteúdos que despertam desejo.

Para Flávio, o engajamento é um fenômeno social, não técnico e é a partir desse olhar, de entendimento social, comportamento e de contexto que o RH e T&D devem construir soluções para capacitar pessoas.

Algumas perguntas que devem fazer parte de um mapeamento da estratégia são:  

  • As pessoas têm tempo para cursos longos?
  • Como despertar o “porquê” antes do “como”?
  • O título e a forma do conteúdo fazem sentido?
  • O formato está adequado ao comportamento atual (vídeo curto, podcast, cases)?

2. Curadoria importa, mas sozinha não resolve

Sim, conteúdos precisam ser relevantes. Mas, como Flávio diz, existe um “elefante branco na sala”:

Ter um excelente conteúdo, os melhores palestrantes, não é suficiente para gerar engajamento orgânico.

Ter um excelente conteúdo, os melhores palestrantes, não é suficiente para gerar engajamento orgânico.

Por quê?

Porque as pessoas aprendem aquilo que desejam aprender, não necessariamente aquilo que precisam aprender.

É por isso que algumas trilhas obrigatórias têm alta conclusão, mas baixa aplicabilidade.  

E do outro lado, conteúdos livres, curtos e conectados com a realidade têm altos índices de interação e geram “ROI comportamental”.

Para construir uma curadoria eficaz responda:

  • Do que as pessoas sentem falta agora?
  • O que está acontecendo no negócio que gera tensão, dúvida ou expectativa?
  • Quais dores reais do dia a dia podem ser resolvidas com aprendizagem?

Flávio enfatiza que alinhado a conteúdos aderentes é importante observar os formatos como: vídeos curtos, podcasts e aliar eles a títulos atrativos que despertem o interesse de clique.  

Você só colocar lá ‘Comunicação Não Violenta’ não vai ter atratividade nenhuma. Mas se você colocar algo como: ‘Respire antes de fazer uma besteira: Comunicação Não Violenta’, você tem outra atratividade.
Flávio Mascarenhas

Outros gatilhos usados pela Unibusiness para engajar e gerar resultados são:  

  • temas práticos,
  • linguagem simples,
  • aplicação imediata,
  • benchmarking real.

3. Lifelong learning já existe, o papel do RH é governar, não criar

Tudo na organização é pedagógico. O lifelong learning já acontece. O RH precisa governar, não instalar.

A fala de Flávio abre uma reflexão em como o RH usa e aplica conceitos de aprendizagem.  

As pessoas:

  • aprendem no café com colegas,
  • aprendem vendo a liderança,
  • aprendem no TikTok,
  • aprendem observando rituais internos,
  • aprendem com erros e acertos do dia a dia.

Ou seja: você não escolhe se sua organização aprende.  A única escolha é: ela aprende do jeito certo ou errado?

Para Flávio, ferramentas como LMS e LXP contribuem muito para o controle de que o que está sendo aprendido é o que a empresa precisa que as pessoas conheçam.

Elas:

  • conduzem para os temas prioritários,
  • organizam trilhas coerentes,
  • direcionam comportamentos desejáveis,
  • reduzem gaps críticos,
  • apresentam dados de aprendizado e comportamento.

Essa é, de acordo com o gestor, a mudança de mentalidade necessária: “aprender é automático, direcionar o aprendizado é estratégico”.

4. Entre LMS e LXP: qual é a diferença real?

O LMS é o lugar da gestão e o LXP é o lugar da experiência.  

Contudo é essencial destacar que a experiência se tornou a chave do engajamento.  

Flávio questiona:

“Se, na sua vida, você escolhe como quer aprender, por que seu colaborador não teria a mesma experiência?”

Ele lembra que as pessoas querem escolher como aprender e qual é o melhor formato para consumir um conteúdo.

  • vídeo ou texto?
  • podcast ou infográfico?
  • trilha longa ou conteúdo curto?
  • conteúdo obrigatório ou temas atuais?

Logo, é essencial compreender que o LXP não elimina o LMS, ele o potencializa. A combinação dos dois é essencial porque:

  • o LMS mostra dados, compliance, conclusão, governança;
  • o LXP cria desejo, explorabilidade e atratividade.

Sendo direto, o LMS sem LXP é um repositório e conteúdos. Com o LXP, se torna um ambiente vivo de aprendizagem.

5. Comunicação é tão importante quanto o conteúdo

Uma das respostas mais práticas sobre aprendizagem no Papo de Aprendizagem veio quando perguntaram ao Flávio:

“Como vocês (Unibusiness TOTVS) trabalham a comunicação interna para tornar a plataforma acessada e desejada?”

Flávio conta que o verdadeiro divulgador da Unibusiness não é a universidade e sim as áreas que falam diariamente com o cliente: suporte, comercial, atendimento etc.

Para ele, quando essas áreas entendem o valor da Unibusiness e integram o uso dos conteúdos ao atendimento, elas naturalmente espalham a importância da aprendizagem.

“Quem realmente move o engajamento é a galera que está na ponta com o cliente. Não adianta só a mala direta. Quando o consultor ou o atendimento diz: ‘Por que você está quebrando a cabeça com isso? Tem um curso na Unibusiness que resolve’, é aí que a plataforma vira desejo.”

Quem realmente move o engajamento é a galera que está na ponta com o cliente. Não adianta só a mala direta. Quando o consultor ou o atendimento diz: ‘Por que você está quebrando a cabeça com isso? Tem um curso na Unibusiness que resolve’, é aí que a plataforma vira desejo.

Flávio reforça que o engajamento real nasce quando a comunicação deixa de ser centralizada.  

Ele resume:

“quando outras áreas compram a ideia e usam a plataforma no cotidiano, a comunicação deixa de ser institucional e passa a ser viva, útil e integrada à aprendizagem.”

6. Como a TOTVS aumentou engajamento com trilhas práticas (e curtas)

Flávio trouxe um exemplo real: a trilha de ESG da TOTVS.

O que ela tinha de diferente?

  • vídeos de 9 a 12 minutos;
  • cases reais de empresas brasileiras;
  • benchmarking prático;
  • aplicação imediata;
  • abordagem acessível.

O resultado?

  • aumento de acessos orgânicos,
  • interesse espontâneo,
  • clientes pedindo contatos de fornecedores mencionados,
  • replicação de modelos.

Isso aconteceu porque a trilha:

  • falava a língua das pessoas,
  • resolvia dores reais,
  • tinha relevância imediata,
  • e despertava desejo, não obrigação.

7. O que medir? O indicador que realmente importa

Quando falamos de engajamento em plataformas de aprendizagem, a primeira reação costuma ser recorrer aos indicadores clássicos: taxa de conclusão, horas consumidas, número de certificados, quantidade de acessos.

Eles são úteis, mas, segundo Flávio, não revelam o que realmente importa. Ao ser questionado durante a live sobre qual é o principal indicador de sucesso de uma LMS+LXP, ele respondeu sem hesitar:

“Atratividade orgânica.”

Para ele, o indicador mais valioso não é o que mostra quantas pessoas fizeram o que foram obrigadas a fazer, mas sim o que revela quantas pessoas entram na plataforma espontaneamente, explorando conteúdos de forma voluntária, sem cobrança, sem trilha mandatória, sem push de gestor.

Flávio reforça que é justamente nesse movimento espontâneo que mora o verdadeiro engajamento, o tipo de engajamento que não depende de campanhas, e sim de valor percebido.

Além da atratividade orgânica, outros sinais complementam o diagnóstico:

  • buscas internas crescendo;
  • acessos sequenciais ao longo do mês;
  • aumento de usuários recorrentes;
  • colaboradores compartilhando conteúdos voluntariamente;
  • conteúdos sendo citados em reuniões, squads, rituais de gestão;
  • trilhas “não obrigatórias” aparecendo entre as mais assistidas.

Esses indicadores mostram que a plataforma passou do status de almoxarifado digital para se tornar parte da rotina de trabalho, integrada ao fluxo de tarefas, às entregas e às conversas do dia a dia.

8. As 5 lições essenciais para engajar uma plataforma de aprendizagem

Ao final da conversa, o Flávio sintetizou algumas diretrizes que toda empresa deveria adotar ao pensar em aprendizagem, cultura e engajamento digital.  

Educação não tira pedido, constrói estratégia.

“A educação não pode ser uma área que só entrega o que pedem. A gente precisa ajudar a empresa a pensar estrategicamente, e não só executar demanda.”

RH não faz isso sozinho.

“A Unibusiness só funciona porque outras áreas entenderam o valor e começaram a usar a plataforma no dia a dia. Se ficar só com a gente, não escala.”

A aprendizagem só vira movimento coletivo quando lideranças e as áreas incorporam a plataforma como parte do trabalho.

Curadoria deve despertar desejo.

“Só a curadoria do conteúdo é excelente, é excepcional, mas ela sozinha não é tão eficaz quanto a gente gostaria. Você só ter um excelente conteúdo, só ter os melhores palestrantes, não é suficiente para gerar engajamento orgânico.”

Em resumo, RH e T&D devem somar ao conteúdo vontade, curiosidade e relevância.

Indicadores precisam mudar.

Menos foco em:

  • “quantos concluíram?”

Mais foco em:

  • comportamento transformado,
  • mudança observável,
  • atratividade orgânica.
“O melhor indicador da nossa plataforma é atratividade orgânica. É ver quem entra sem ser obrigado, quem volta porque achou útil.”

Erre rápido. Conserte rápido.

“A gente testa muita coisa. Se não deu certo, muda. Se funcionou, escala. Aprendizagem é isso: tentar, medir e ajustar.”

Conclusão: sua plataforma pode engajar, mas ela precisa de uma mão amiga

A maior lição do 1º episódio do Papo de Aprendizagem é:

LMS e LXP são ferramentas e o Engajamento é estratégia.

Para que uma plataforma se torne viva, usada e desejada, você precisa:

  • conteúdos relevantes;
  • comunicação inteligente;
  • integração com áreas-chave;
  • visão sistêmica;
  • indicadores certos;
  • e uma cultura que vê aprendizagem como parte do trabalho, não como tarefa.

Esse é o caminho para fazer com que sua plataforma esteja no ar, sim, mas desta vez com todo mundo entrando.

Assista a live completa

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