BLOG
October 14, 2025

Tendências de Treinamento e desenvolvimento (T&D) para 2026

1 – Retrospectiva T&D 2025

2025 consolidou uma virada digna de cinema. Tudo parecia seguir um caminho natural, com os contratempos já conhecidos e algumas escaladas pelo caminho, contudo já em abril as coisas começaram a mudar.  

A pesquisa Skill-Based Brasil 2025 escancarou a urgência de reprogramar a forma de treinar, que foi consolidada com o relatório Future the Jobs 2025-2030, divulgado em julho.  

Esse plot twist, é evidente, pôs em destaque a frase descrita no artigo sobre tendências de T&D para 2025:

[...] olhar para as tendências pode ser um caminho promissor para guiar o planejamento estratégico. Mas antes de adotar uma tendência, é preciso analisar se ela atende às necessidades reais da empresa, resolve um problema real, está alinhada à estratégica organizacional e inova, de fato.

Das 10 tendências apontadas, 5 delas ganharam relevância e urgência como:

  • Ciência de dados;
  • Educação omnicanal;
  • Aprendizagem adaptativa;
  • Inteligência Artificial;
  • Cultura de aprendizagem;

As outras 5, é verdade, não deixaram de ser importantes, mas perderam campo ao passo que as acima descritas tomaram a cena do T&D de assalto.  

Para rememorar as tendências de 2025, acesse-as aqui

2 - Cenário para 2026

Esteja você preparada (o) ou não, 2026 surge no horizonte, trazendo consigo expansões das tendências 2025 e novas atitudes, que reverberam há alguns meses. E, como diria o ChatGPT: “mais que tendências, elas são realidades do agora”.

A ascensão definitiva do modelo skill-based

O modelo de trabalho baseado em diplomas, cargos e formações lineares perde espaço para um formato em que as habilidades comprovadas e aplicáveis no dia a dia são protagonistas no mercado.  

Essa nova lógica de trabalho requer programas de T&D modelados a partir de matrizes de competências críticas, alinhadas à estratégia e às necessidades de transformação do negócio.

Inteligência Artificial como força transformadora

A Inteligência Artificial (IA) generativa deixa de ser mero suporte e entra no contexto de reconfiguração de funções, papéis e demandas de competências.  

Em 2026, a expectativa, segundo o relatório Future the Jobs, é que metade das empresas utilize IA em processos de desenvolvimento de talentos, exigindo novas habilidades como literacia digital (conjunto de competências e habilidades necessárias para viver, aprender e trabalhar numa sociedade cada vez mais digitalizada), pensamento crítico e checagem de informações.

tendências de T&D 2026

Reskilling e upskilling segmentados por gerações

Raquel Moraes, Head de Design da Afferolab, destaca que pela primeira vez teremos cinco gerações convivendo no mercado de trabalho, dos Boomers à geração Alfa.  

Para o T&D, essa realidade impele a necessidade de pensar em ações mais segmentadas, pois cada geração apresenta lacunas e potencialidades distintas, exigindo trilhas de aprendizagem personalizadas:

  • Geração Z e Alfa: maior ênfase em habilidades sociais, autogestão e motivação.
  • Geração X e Millennials: foco em tecnologia aplicada, pensamento crítico e liderança adaptativa.
  • Baby Boomers: valorização da transferência de conhecimento e mentoring.

Pressão dos macrofatores globais

De acordo com o Future of Jobs Report 2025, a transformação do trabalho entre 2025 e 2030 será guiada por cinco grandes vetores:

  • Tecnologia: IA e dados como principais motores de novos empregos e de obsolescência de funções.
  • Transição verde: crescimento acelerado de profissões ligadas a sustentabilidade e energia limpa.
  • Demografia: envelhecimento populacional nos países ricos e expansão da força de trabalho nos emergentes.
  • Fragmentação geopolítica: tensões que afetam cadeias de valor e exigem maior resiliência.
  • Economia: custo de vida elevado e crescimento lento impulsionando demanda por resiliência, criatividade e flexibilidade.
tendências de T&D 2026-1

Skill-based: soft skills e human skills como diferenciais

Com a automação avançando, as habilidades humanas se tornam mais valiosas. Liderança, influência social, adaptabilidade, colaboração intergeracional e capacidade de aprender continuamente estarão entre as competências mais críticas.

Em resumo, 2026 será o ano em que o T&D precisará equilibrar escala e personalização, tecnologia e humanidade, velocidade e profundidade.  

O desafio para as organizações será modelar programas em ecossistemas de aprendizagem contínua e skill-based, capazes de sustentar a performance no presente e preparar a força de trabalho para os cenários futuros.

3 - Principais tendências e realidades para o T&D em 2026

Em 2026, o Treinamento e Desenvolvimento (T&D) entra em uma fase de maior maturidade estratégica.  

As empresas não buscam inovação apenas pela inovação, mas sim práticas que combinem aplicabilidade imediata, conexão com as competências críticas e impacto real no negócio.  

Raquel Moraes reforça que esse é o momento de olhar para as mudanças geracionais, os efeitos da inteligência artificial e as novas formas de validação de competências. O Future of Jobs Report e o estudo Skill-Based 2025 confirmam esse cenário, apontando para um redesenho profundo da aprendizagem.

As principais tendências que devem nortear o T&D em 2026 são:

Programas curtos e aplicáveis

A lógica de aprendizagem em 2026 tende a se tornar ainda mais ágil. Raquel destaca como um dos fatores concorrenciais do T&D a crescente fragmentação da atenção.  

Esse movimento estimula as empresas que buscam engajamento e aplicação de ações de T&D a construírem conteúdos modulares com conhecimento prático, que possa ser aplicado no dia a dia.  

A tendência foi apontada, dentro do estudo Skill-based 2025, como um dos desafios para migrar a capacitação de uma oferta pontual e desconectada da realidade para uma lógica de desenvolvimento baseada em competências.

O Future of Jobs Report destaca que 39% das habilidades atuais serão transformadas até 2030. O que exige, segundo Raquel, programas de reskilling e upskilling rápidos, capazes de responder às novas demandas sem esperar ciclos longos de capacitação.  

Na prática, T&D de 2026 precisará oferecer conteúdos curtos, aplicáveis e diretamente conectados à realidade dos desafios de negócio.

tendências de T&D 2026 -  2

Ecossistemas de aprendizagem

Raquel observa que os programas de aprendizagem precisam conversar com diferentes gerações e contextos, o que torna inevitável a criação de ecossistemas de aprendizagem.

Esses ecossistemas devem integrar plataformas digitais (LMS e LXP), experiências presenciais, mentoring, comunidades de prática e conteúdos sob demanda.  

O alerta do estudo Skill-based está na construção destes ecossistemas.  

A ascensão do modelo skill-based não deve ser vista como um abandono da educação formal, mas como uma oportunidade para reconfigurar o papel das instituições de ensino e dos programas de capacitação. A ideia é encontrar uma alternativa à rigidez dos diplomas e à falta de um mecanismo que permita que o conhecimento formal evolua junto com o desenvolvimento contínuo das habilidades.

Alcançar esse voo de cruzeiro no T&D será vital para lidar com a complexidade das projeções de cenários futuros e a diferença entre a entrega de uma aprendizagem contínua em ambientes híbridos, digitais e descentralizados, e treinamentos pontuais e desconectados.

Personalização via IA

A inteligência artificial se consolida como ferramenta-chave para adaptar conteúdos, recomendar trajetórias e avaliar gaps de forma individualizada.  

Raquel observa que essa personalização será essencial para lidar com a diversidade de gerações e de perfis em um mesmo ambiente de trabalho. O cuidado, ressalta ela, está em adquirir habilidades que evitam vieses das IAs.

Além disso, para 2026, um dos pontos que pode chamar a atenção é a aplicação da IA em diagnósticos de competências, recomendações de conteúdos sob medida e adaptação em tempo real do percurso de aprendizagem.  

O Future of Jobs Report aponta que IA e big data estão entre as três habilidades mais demandadas globalmente, o que reforça a necessidade de upskilling e reskilling para lidar de forma estratégica com a IA.

É essencial entender como utilizar ferramentas de inteligência artificial de forma correta. Então, a gente precisa olhar para o desenvolvimento de habilidades, que sim expandam o pensamento crítico, mas, principalmente, ajudem a identificar informações falsas e avaliar a veracidade de dados gerados por IA. Por exemplo, ao usar o ChatGPT, é preciso questionar se o que ele devolve faz sentido, checar as fontes e validar as informações.

Maior foco em saúde mental

O equilíbrio entre produtividade e bem-estar passa a ser um dos grandes eixos de T&D em 2026. Raquel ressalta que a falta de motivação e de visão de futuro em parte das gerações Z e Alfa demanda programas que abordem competências técnicas e aspectos emocionais.

Além disso, Raquel aponta o crescimento do burnout entre as gerações X e, principalmente, millenial, onde o esgotamento aparece em duas formas:

  • O burnout clássico, relacionado ao estresse e sobrecarga.
  • O chamado “burnout do tédio”, ligado a trabalhos repetitivos, automatizados e sem propósito, que geram desmotivação e desconexão.

De acordo com dados do Future of Jobs 2025, apoiar saúde e bem-estar é citado como estratégia essencial para atrair e reter talentos entre 2025 e 2030.  

Logo, o T&D tem para 2026 a missão de incorporar em seus programas, conteúdos e experiências voltados à resiliência, automotivação, regulação emocional e propósito, reconhecendo que performance sustentável depende de saúde integral.

Novos vínculos de trabalho

Com a fragmentação do emprego tradicional, crescem as formas alternativas de vínculo: geek economy, contratos híbridos entre outros formatos ganham mais espaço.  

Essa mudança vai exigir do T&D programas de aprendizagem mais flexíveis, acessíveis e contínuos, que acompanhem trajetórias não lineares.

Atenção à liderança média

Raquel chama atenção para o papel desafiador da liderança intermediária, pressionada entre resultados e cuidado com as pessoas.  

Para 2026, há a necessidade do desenvolvimento dessa camada ser prioridade, com programas que ajudem líderes a navegar dilemas tecnológicos, éticos e humanos.

Raquel destaca a importância desse investimento, pois esse grupo é crucial para sustentar a transformação skill-based dentro das organizações.  

Skill-based como lógica central

O modelo skill-based avança como o novo padrão e pode ser a espinha dorsal do T&D em 2026.

Competências práticas, demonstráveis e continuamente atualizadas passam a valer mais que diplomas em diversas áreas. Essa tendência redefine os programas de T&D e a forma como são feitos os recrutamentos, progressão de carreira e gestão de performance.

É importante destacar que essas tendências não surgem isoladas. Elas se entrelaçam em um cenário caracterizado por velocidade, adaptabilidade e relevância.  

O desafio das organizações será transformar essas direções em estratégias consistentes, capazes de sustentar tanto a performance em curto prazo quanto a empregabilidade a longo prazo de seus talentos.

Por fim

Analisando 2025 e vislumbrando 2026 no horizonte, fica claro que o T&D tem de deixar de lado a função de tirador de pedidos, como lembra Raquel, e se torna uma área central da estratégia organizacional.  

Se em 2025 temos as empresas correndo para consolidar a mentalidade de ciência de dados, IA e aprendizagem adaptativa, em 2026 o passo é transformar esse impulso em sistemas consistentes, contínuos e centrados em habilidades.

As tendências para 2026 mostram que o desafio está no equilíbrio entre o curto e longo prazo, performance e bem-estar, tecnologia e humanidade.  

O modelo skill-based, a personalização via IA, a construção de ecossistemas de aprendizagem, o cuidado com as novas gerações e com a liderança média são peças de um mesmo quebra-cabeça: preparar pessoas e organizações para um futuro de trabalho mais complexo, dinâmico e interdependente.

tendências de &D 2026 - 3

Mais do que uma consultoria de treinamentos, atuamos como um ecossistema de aprendizagem, promovendo experiências de alto impacto, significativas, memoráveis e feitas para melhorar a vida de gente como a gente.

Fale com o nosso time

Nossas redes

MAKING OF.FICE

Escolha seu player favorito, e escute o episódio mais recente do nosso podcast!

Pocket Learning | Linguagem não sexista

Leia mais →

Confira o novo pocket learning da Afferolab e entenda um pouco mais sobre a importância de utilizarmos, cada vez mais, uma linguagem inclusiva e não sexista!

Pocket Learning | Segurança Psicológica

Leia mais →

Para que haja inovação, aprendizado, autodesenvolvimento e inteligência coletiva dentro das organizações, é preciso promover ambientes corporativos psicologicamente seguros. Entenda mais sobre o conceito de Segurança Psicológica neste Pocket Learning.

Veja mais

Tendências de Treinamento e desenvolvimento (T&D) para 2026

Depois das viradas de 2025, o T&D entra em uma nova fase: mais humano, tecnológico e estratégico. Veja o que vai guiar o desenvolvimento em 2026.

Ler mais →

Mudanças no trabalho e o futuro do RH/T&D: entrevista com Raquel Moraes, Head de Design da Afferolab

Raquel Moraes, Head de Design da Afferolab, fala sobre as mudanças no mercado de trabalho, os impactos da IA, a convivência entre gerações e como o RH pode assumir um papel estratégico no desenvolvimento de habilidades críticas.

Ler mais →

Tendências T&D 2025: como preparar sua empresa para o futuro do desenvolvimento

Inteligência artificial; ciência de dados; educação omnicanal, aprendizagem adaptativa e cultura de aprendizagem são as principais tendências para T&D em 2025.

Ler mais →
© 2022 Afferolab | CNPJ: 11.472.921/0002-54

Nossas redes

Making Of.fice | Podcast

Fale com a gente!

E-mail: institucional@afferolab.com.br
Telefone: 55 11 3372-6100
WhatsApp: 55 21 97920-0321

Nosso Escritório:

São Paulo

Alameda Santos, 1827, 12º andar
Jardim Paulista, São Paulo – SP
CEP 01419-100