O mercado de trabalho deixou de ser previsível. O ciclo de obsolescência das competências está mais curto: o que era relevante em 2024 pode estar ultrapassado hoje (setembro de 2025).
O tempo da universidade não acompanha o tempo do mundo, e a lógica de estudar intensamente no início da vida para depois “aplicar para sempre” não se sustenta mais.
Antes, diplomas formais eram vistos como passaportes definitivos para a empregabilidade. Hoje, eles continuam tendo valor, mas já não são suficientes para sustentar uma carreira inteira. O que antes se resolvia apenas com títulos acadêmicos agora exige um processo contínuo de aprendizagem e atualização.
Essa transformação foi acelerada pela digitalização, pela fragmentação das trilhas de aprendizagem e pela entrada de novas gerações no mercado.
Segundo Alessandra Lotufo, microcertificações, trilhas rápidas e plataformas digitais de upskilling e reskilling se tornaram parte essencial da jornada de qualquer profissional. Elas oferecem algo que o modelo tradicional não consegue: agilidade, personalização e conexão direta com os desafios reais do trabalho.
É nesse contexto o modelo skill-based ganha força. Alessandra destaca que ele desloca o foco do “onde você estudou” para o “o que você sabe fazer e como você aprende”.
Em um mundo que exige reinvenção constante, o profissional mais valorizado será aquele que une pensamento estruturado, repertório prático e capacidade de continuar aprendendo com ou sem diploma. E as empresas que souberem identificar isso terão uma enorme vantagem competitiva.
Apesar de caminharem juntos, os conceitos não são idênticos.
É o processo de aprofundar habilidades já existentes, levando-as a novos patamares de desempenho.
O Upskilling acontece quando o profissional aprofunda sua base de competências (sejam hard ou soft skills) para lidar com ferramentas mais sofisticadas ou assumir desafios de maior complexidade dentro de sua área.
Como exemplo, podemos pensar em um analista de dados que domina SQL, mas passa a aprender Python e técnicas avançadas de machine learning para entregar análises mais robustas e estratégicas.
Nesse caso, a essência do trabalho não muda, mas o repertório se expande, tornando o profissional mais relevante e competitivo.
É a capacidade de adquirir competências completamente novas, com o objetivo de migrar de função, de área ou mesmo para ampliar o repertório e abrir novas possibilidades de carreira.
Imagine um profissional de atendimento que se prepara para atuar em CX (experiência do cliente), ou um engenheiro civil que investe em sustentabilidade para transitar para a bioeconomia.
O ideal é que as empresas combinem ambos os movimentos. O upskilling gera impacto imediato, elevando a performance em atividades que já fazem parte da rotina, enquanto o reskilling cria o futuro, preparando a organização para transformações que podem redesenhar setores inteiros.
Essa combinação também ajuda a resolver dilemas crescentes no desenvolvimento.
De um lado, o diploma formal já não garante longevidade profissional e por outro a experiência prática isolada pode se tornar obsoleta em pouco tempo.
A estratégia mais inteligente, segundo Alessandra está na intersecção. Criar ambientes de aprendizagem contínua que unam profundidade técnica (upskilling) com flexibilidade para transição (reskilling).
Na lógica skill-based, upskilling e reskilling deixam de ser escolhas pontuais e se tornam pilares estruturais da gestão de talentos.
Segundo a pesquisa Skill-Based Brasil 2025, nos próximos anos, 27 competências irão sobressair.
Alessandra Lotufo destaca no radar das empresas como prioridade: competências humanas, cognitivas e relacionais ocupam o topo da lista.
As mais mencionadas foram capacidade de resolver problemas complexos, pensamento estratégico, comunicação clara, inteligência emocional, adaptabilidade e colaboração.
Além delas a lista está dividida em 13 grupos:
Alessandra Lotufo explica que essas habilidades, quando combinadas com fluência digital e agilidade de aprendizagem, formam um perfil altamente demandado. ‘Em vez de focar exclusivamente em credenciais, as empresas estão buscando profissionais que consigam converter conhecimento em ação, e ação em valor real para o negócio’, complementa a executiva.
O ponto de partida para qualquer estratégia para upskilling e reskilling é um diagnóstico confiável de competências.
Sem dados sólidos, o risco é investir em formações genéricas que não dialogam com os reais desafios do negócio, um dos erros mais comuns em programas de T&D.
Por este olhar, o framework das Arenas de Competências da Afferolab representa um avanço importante. Ele organiza o desenvolvimento humano em quatro dimensões complementares:
Ao avaliar profissionais e equipes a partir dessas dimensões, é possível observar atitudes e comportamentos em ação e os conectar diretamente ao impacto gerado no cotidiano de trabalho.
O processo se torna ainda mais poderoso quando combinado ao uso de IA aplicada a assessments, como a análise de linguagem natural.
Um exemplo prático, lembra Alessandra, é o assessment das Arenas de Competências, desenvolvido pela Afferolab, a solução utiliza inteligência artificial e análise de linguagem natural para identificar a coerência entre discurso e prática.
“A partir disso, é possível mapear o perfil real de competências dos profissionais, permitindo uma leitura mais justa e acionável dos potenciais individuais e coletivos’, explica Alessandra.
Esse processo possibilita às organizações construir matrizes skill-based personalizadas, alinhadas ao perfil dos colaboradores e à estratégia de negócio.
As Arenas da Afferolab trazem um panorama sobre quais competências são críticas para sustentar o crescimento, onde estão as lacunas mais urgentes e como desenhar trilhas de desenvolvimento que realmente façam sentido.
Além disso, o diagnóstico skill-based ao mapeia as lacunas e abre um caminho para decisões mais justas, transparentes e orientadas a dados sobre promoções, mobilidade interna e desenvolvimento de lideranças.
Para transformar diagnóstico em impacto, é preciso estruturar estratégias práticas de desenvolvimento que combinem personalização, aplicabilidade e mensuração de resultados.
Muitas organizações ainda caem na armadilha de oferecer treinamentos padronizados, pouco conectados à realidade de seus times. O efeito é baixo engajamento e desperdício de recursos.
Por outro lado, empresas que avançam nessa agenda sabem que o diferencial está em desenhar experiências de aprendizagem que convertem competências em performance.
Algumas ações se mostram mais eficazes:
Em resumo: transformar diagnóstico em impacto exige orquestrar experiências de aprendizagem que dialoguem com a estratégia do negócio e com as ambições individuais dos colaboradores.
Sem líderes engajados, os programas de T&D ficam restritos ao nível operacional. Os líderes são agentes multiplicadores: inspiram, dão legitimidade às iniciativas e garantem que o aprendizado se converta em performance.
Estratégias eficazes incluem:
O futuro do trabalho não será definido por diplomas ou por experiências isoladas, mas pela capacidade de aprender continuamente, aplicar com impacto e se reinventar quando necessário.
Nesse ‘admirável mundo novo’, upskilling e reskilling ganham protagonismo como pilares estratégicos da gestão de talentos.
O modelo skill-based chacoalha as empresas e mostra o verdadeiro diferencial competitivo na valorização de competências reais que se expressam em atitudes, comportamentos e resultados práticos.
Empresas que tem capacitam profissionais para combinar pensamento estruturado, repertório prático e capacidade de adaptação estão mais bem preparadas para gerar valor em contextos incertos e ampliar sua capacidade de inovação, engajamento e crescimento sustentável.
O ‘Admiravel Mundo Novo’, de Huxley, em que pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade não se concretizou. É o extremo oposto, as pessoas querem e mudam para papéis que condizem com o que acreditam e veem potencial.
Aqueles que compreenderem essa urgência e adotarem a lógica skill-based liderando a construção do futuro do trabalho.
Mais do que uma consultoria de treinamentos, atuamos como um ecossistema de aprendizagem, promovendo experiências de alto impacto, significativas, memoráveis e feitas para melhorar a vida de gente como a gente.
Fale com o nosso timePocket Learning | Linguagem não sexista
Confira o novo pocket learning da Afferolab e entenda um pouco mais sobre a importância de utilizarmos, cada vez mais, uma linguagem inclusiva e não sexista!
Pocket Learning | Segurança Psicológica
Para que haja inovação, aprendizado, autodesenvolvimento e inteligência coletiva dentro das organizações, é preciso promover ambientes corporativos psicologicamente seguros. Entenda mais sobre o conceito de Segurança Psicológica neste Pocket Learning.
Raquel Moraes, Head de Design da Afferolab, fala sobre as mudanças no mercado de trabalho, os impactos da IA, a convivência entre gerações e como o RH pode assumir um papel estratégico no desenvolvimento de habilidades críticas.
Inteligência artificial; ciência de dados; educação omnicanal, aprendizagem adaptativa e cultura de aprendizagem são as principais tendências para T&D em 2025.
Fale com a gente!
Nosso Escritório:
Alameda Santos, 1827, 12º andar
Jardim Paulista, São Paulo – SP
CEP 01419-100