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September 30, 2025

Upskilling e Reskilling pela perspectiva Skill-based: como preparar sua organização para 2026

1. Upskilling e Reskilling: o que está mudando?

O mercado de trabalho deixou de ser previsível. O ciclo de obsolescência das competências está mais curto: o que era relevante em 2024 pode estar ultrapassado hoje (setembro de 2025).  

O tempo da universidade não acompanha o tempo do mundo, e a lógica de estudar intensamente no início da vida para depois “aplicar para sempre” não se sustenta mais.

Antes, diplomas formais eram vistos como passaportes definitivos para a empregabilidade. Hoje, eles continuam tendo valor, mas já não são suficientes para sustentar uma carreira inteira. O que antes se resolvia apenas com títulos acadêmicos agora exige um processo contínuo de aprendizagem e atualização.

Essa transformação foi acelerada pela digitalização, pela fragmentação das trilhas de aprendizagem e pela entrada de novas gerações no mercado.  

Segundo Alessandra Lotufo, microcertificações, trilhas rápidas e plataformas digitais de upskilling e reskilling se tornaram parte essencial da jornada de qualquer profissional. Elas oferecem algo que o modelo tradicional não consegue: agilidade, personalização e conexão direta com os desafios reais do trabalho.

É nesse contexto o modelo skill-based ganha força. Alessandra destaca que ele desloca o foco do “onde você estudou” para o “o que você sabe fazer e como você aprende”.  

Em um mundo que exige reinvenção constante, o profissional mais valorizado será aquele que une pensamento estruturado, repertório prático e capacidade de continuar aprendendo com ou sem diploma. E as empresas que souberem identificar isso terão uma enorme vantagem competitiva.

Em um mundo que exige reinvenção constante, o profissional mais valorizado será aquele que une pensamento estruturado, repertório prático e capacidade de continuar aprendendo com ou sem diploma. E as empresas que souberem identificar isso terão uma enorme vantagem competitiva.

2. Upskilling vs Reskilling: diferenças e aplicações práticas

Apesar de caminharem juntos, os conceitos não são idênticos.  

Upskilling  

É o processo de aprofundar habilidades já existentes, levando-as a novos patamares de desempenho.  

O Upskilling acontece quando o profissional aprofunda sua base de competências (sejam hard ou soft skills) para lidar com ferramentas mais sofisticadas ou assumir desafios de maior complexidade dentro de sua área.  

Como exemplo, podemos pensar em um analista de dados que domina SQL, mas passa a aprender Python e técnicas avançadas de machine learning para entregar análises mais robustas e estratégicas.  

Nesse caso, a essência do trabalho não muda, mas o repertório se expande, tornando o profissional mais relevante e competitivo.

Reskilling

É a capacidade de adquirir competências completamente novas, com o objetivo de migrar de função, de área ou mesmo para ampliar o repertório e abrir novas possibilidades de carreira.  

Imagine um profissional de atendimento que se prepara para atuar em CX (experiência do cliente), ou um engenheiro civil que investe em sustentabilidade para transitar para a bioeconomia.  

O ideal é que as empresas combinem ambos os movimentos. O upskilling gera impacto imediato, elevando a performance em atividades que já fazem parte da rotina, enquanto o reskilling cria o futuro, preparando a organização para transformações que podem redesenhar setores inteiros.  

Essa combinação também ajuda a resolver dilemas crescentes no desenvolvimento.

De um lado, o diploma formal já não garante longevidade profissional e por outro a experiência prática isolada pode se tornar obsoleta em pouco tempo.

Profissionais com formação sólida, mas distantes da prática, tendem a ter mais dificuldade em ambientes dinâmicos. Já quem tem muita experiência, mas pouco repertório analítico, pode ter limitações estratégicas.

A estratégia mais inteligente, segundo Alessandra está na intersecção. Criar ambientes de aprendizagem contínua que unam profundidade técnica (upskilling) com flexibilidade para transição (reskilling).

Na lógica skill-based, upskilling e reskilling deixam de ser escolhas pontuais e se tornam pilares estruturais da gestão de talentos.

3. Skill-based: as habilidades críticas para 2026

Segundo a pesquisa Skill-Based Brasil 2025, nos próximos anos, 27 competências irão sobressair.  

Alessandra Lotufo destaca no radar das empresas como prioridade: competências humanas, cognitivas e relacionais ocupam o topo da lista.  

As mais mencionadas foram capacidade de resolver problemas complexos, pensamento estratégico, comunicação clara, inteligência emocional, adaptabilidade e colaboração. 

As mais mencionadas foram capacidade de resolver problemas complexos, pensamento estratégico, comunicação clara, inteligência emocional, adaptabilidade e colaboração.  

Além delas a lista está dividida em 13 grupos:

  • Competências Executoras;
  • Competências Sistêmicas;
  • Competências Lógicas;
  • Competências Estratégicas;
  • Competências de mentalidade de rede;
  • Competências de Socialização;
  • Competências de comunicação;
  • Competências Holísticas;
  • Competências Emocionais;
  • Competências Tecnológicas;
  • Competências para Exponencialidade;
  • Competências de Questionamento;
  • Competências de Inovação.

Alessandra Lotufo explica que essas habilidades, quando combinadas com fluência digital e agilidade de aprendizagem, formam um perfil altamente demandado. ‘Em vez de focar exclusivamente em credenciais, as empresas estão buscando profissionais que consigam converter conhecimento em ação, e ação em valor real para o negócio’, complementa a executiva.

Acesse o relatório completo e conheça as 4 arenas, 13 potências, 27 competências e 81 atitudes do movimento mundial Skill-based

4. Como mapear lacunas de habilidades na sua organização

O ponto de partida para qualquer estratégia para  upskilling e reskilling é um diagnóstico confiável de competências.  

Sem dados sólidos, o risco é investir em formações genéricas que não dialogam com os reais desafios do negócio, um dos erros mais comuns em programas de T&D.

Por este olhar, o framework das Arenas de Competências da Afferolab representa um avanço importante. Ele organiza o desenvolvimento humano em quatro dimensões complementares:

Arenas de Competência

Racional

Ligada ao pensamento analítico, estratégico e à capacidade de resolver problemas complexos.

Relacional

Focada em comunicação, colaboração e inteligência emocional.

Transversal

Conecta diferentes áreas do conhecimento, estimulando visão sistêmica e adaptabilidade.

Disruptiva

Orientada para inovação, criatividade e capacidade de romper padrões estabelecidos.

Ao avaliar profissionais e equipes a partir dessas dimensões, é possível observar atitudes e comportamentos em ação e os conectar diretamente ao impacto gerado no cotidiano de trabalho.

O processo se torna ainda mais poderoso quando combinado ao uso de IA aplicada a assessments, como a análise de linguagem natural.  

Um exemplo prático, lembra Alessandra, é o assessment das Arenas de Competências, desenvolvido pela Afferolab, a solução utiliza inteligência artificial e análise de linguagem natural para identificar a coerência entre discurso e prática.  

“A partir disso, é possível mapear o perfil real de competências dos profissionais, permitindo uma leitura mais justa e acionável dos potenciais individuais e coletivos’, explica Alessandra.

Esse processo possibilita às organizações construir matrizes skill-based personalizadas, alinhadas ao perfil dos colaboradores e à estratégia de negócio.  

As Arenas da Afferolab trazem um panorama sobre quais competências são críticas para sustentar o crescimento, onde estão as lacunas mais urgentes e como desenhar trilhas de desenvolvimento que realmente façam sentido.

Além disso, o diagnóstico skill-based ao mapeia as lacunas e abre um caminho para decisões mais justas, transparentes e orientadas a dados sobre promoções, mobilidade interna e desenvolvimento de lideranças.

5. Estratégias práticas de Upskilling e Reskilling

Para transformar diagnóstico em impacto, é preciso estruturar estratégias práticas de desenvolvimento que combinem personalização, aplicabilidade e mensuração de resultados.  

Muitas organizações ainda caem na armadilha de oferecer treinamentos padronizados, pouco conectados à realidade de seus times. O efeito é baixo engajamento e desperdício de recursos.  

Por outro lado, empresas que avançam nessa agenda sabem que o diferencial está em desenhar experiências de aprendizagem que convertem competências em performance.

Algumas ações se mostram mais eficazes:

Práticas de Aprendizagem

Trilhas Modulares

Aprendizagem contínua organizada em microcertificações aplicáveis ao dia a dia.

Metodologias Ativas

Cases reais, projetos experimentais, role plays e simulações que conectam teoria à prática.

Playlists Personalizadas

Conteúdos livres e monitorados em plataformas como a Afferolab Learning Hub, com avaliações e acompanhamento.

Medição de Resultados

Indicadores de performance e evolução de competências que traduzem o aprendizado em impacto mensurável.

Em resumo: transformar diagnóstico em impacto exige orquestrar experiências de aprendizagem que dialoguem com a estratégia do negócio e com as ambições individuais dos colaboradores.

6. Por que e como envolver líderes no processo?

Sem líderes engajados, os programas de T&D ficam restritos ao nível operacional. Os líderes são agentes multiplicadores: inspiram, dão legitimidade às iniciativas e garantem que o aprendizado se converta em performance.

Estratégias eficazes incluem:

  • Engajar líderes desde o diagnóstico de competências;
  • Oferecer ciclos de desenvolvimento de liderança específicos, que alinham propósito individual à estratégia da organização;
  • Monitorar a evolução das equipes com dados concretos, para que líderes possam tomar decisões sobre desenvolvimento e alocação de talentos a partir de dados reais da operação.

Por fim

O futuro do trabalho não será definido por diplomas ou por experiências isoladas, mas pela capacidade de aprender continuamente, aplicar com impacto e se reinventar quando necessário.  

Nesse ‘admirável mundo novo’, upskilling e reskilling ganham protagonismo como pilares estratégicos da gestão de talentos.

O modelo skill-based chacoalha as empresas e mostra o verdadeiro diferencial competitivo na valorização de competências reais que se expressam em atitudes, comportamentos e resultados práticos.  

Empresas que tem capacitam profissionais para combinar pensamento estruturado, repertório prático e capacidade de adaptação estão mais bem preparadas para gerar valor em contextos incertos e ampliar sua capacidade de inovação, engajamento e crescimento sustentável.

O ‘Admiravel Mundo Novo’, de Huxley, em que pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade não se concretizou. É o extremo oposto, as pessoas querem e mudam para papéis que condizem com o que acreditam e veem potencial.  

Aqueles que compreenderem essa urgência e adotarem a lógica skill-based liderando a construção do futuro do trabalho.

Mais do que uma consultoria de treinamentos, atuamos como um ecossistema de aprendizagem, promovendo experiências de alto impacto, significativas, memoráveis e feitas para melhorar a vida de gente como a gente.

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