Inovação em T&D: o papel estratégico da Inteligência Artificial (IA) na aprendizagem corporativa

Mudar em T&D é rotina. E, nos últimos anos, as mudanças são aceleradas pela inteligência artificial (IA), pela adoção de novas tecnologias e por uma profunda reestruturação no jeito de pensar o aprendizado corporativo.  

Maurício Pontuschka, CTO da Afferolab, compartilha em sua palestra no Learning Curve Festival 2025 provocações e direções que ajudam a entender como navegar com mais estratégia e consciência por esse novo território.

Boa leitura. Para ver a palestra completa, faça parte da Learning Hub Community.

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Toda nova tecnologia segue um ciclo: começa na ficção (desejo coletivo), passa pela pesquisa, entra na experimentação e, por fim, se consolida como ferramenta.  

A IA, desde a década de 1950, passou pela maior parte desse caminho. Hoje, não é mais um experimento, é uma ferramenta acessível, poderosa e amplamente adotada.

O problema na linha histórica está no alarmismo sobre a IA substituir humanos. Maurício propõe uma mudança fundamental nessa perspectiva.

Para ele, em vez de temermos a IA como uma substituta, devemos nos perguntar: como integrá-la de forma inteligente, como ‘extensão do nosso corpo e mente’ para aprender, ensinar e tomar decisões com mais qualidade?

Segundo o CTO, a inteligência artificial já está presente no nosso cotidiano de maneira ampla e, muitas vezes, imperceptível. Recursos como reconhecimento facial, mapas e até mesmo a construção de apresentações possuem níveis de IA.  

O verdadeiro desafio, portanto, não é adotar ou resistir à IA, mas saber usá-la com discernimento, como uma ferramenta poderosa, não como um fim em si mesma ou uma substituta automática da inteligência humana.  

O foco está em aprender a dominar o uso estratégico da IA como aliada da aprendizagem e da performance.

Uma pessoa com IA é mais produtiva do que uma pessoa sem IA. A competência de usar bem a IA é uma competência da atualidade.  

Maurício é categórico ao destacar o RH como guardião das competências essenciais de uma empresa e ressalta o letramento em IA nesse rol de habilidades.  

Enquanto o aprendizado estratégico da ferramenta é uma tarefa de líderes e colaboradores, o RH/T&D tem o papel de:

• Fazer curadoria de tecnologias e apps úteis;

• Promover o letramento em IA;

• Ter o papel de mediador entre humano e máquina.

Em sua palestra, o executivo recorda o surgimento da computação, quando era necessário redigir um prompt para que o computador devolvesse uma resposta lógica. O mesmo cenário ocorre com as IAs, que requer um prompt claro e objetivo para definir o produto de saída.  

O ponto de inflexão, e onde entra a importância do RH/T&D, está no letramento de pessoas para escrever prompts de valor que acelerem produtividade e otimizem recursos.

O paradoxo do aprendizado na era da IA é que estamos ensinando a máquina enquanto também aprendemos com ela. Maurício explica que é uma nova forma de aprender e que tem seu ideal na colaboração entre humanos e IA.  

Um dos primeiros passos, voltando à ideia de extensão, é olhar para a tecnologia como um meio e um alongamento de nossos sentidos.  

Além disso, desenvolver habilidades de prompt (saber perguntar), estimular a aprendizagem ativa com IA (usá-la para aprender, não apenas para fazer), e preparar educadores e facilitadores para ensinar caminhos para aprender com IA.

Por fim

A inovação em T&D está na clareza de propósito com que se usa essa tecnologia. A IA não pensa por nós, ela amplia nossa capacidade de pensar, aprender e criar, desde que tenhamos a intenção e o repertório certos.

A pergunta que fica é: sua organização está ensinando seus times a usar a IA para aprender ou apenas delegando tarefas? A resposta define o quanto você está, de fato, inovando em T&D.

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