Chegamos ao fim do The Learning Curve Festival 2025 (TLCF). Foram três dias intensos de trocas de conhecimento e, principalmente, de espaço para encarar os ‘elefantes na sala’, aqueles desafios antigos que seguem assombrando as organizações.
O TLCF 2025 foi um convite à reflexão sobre caminhos criativos e inovadores para que os novos líderes não precisem enfrentar velhos problemas com as mesmas soluções da era industrial.
Se você acompanhou tudo ao vivo, já sabe exatamente do que estamos falando e aqui é seu lugar para reforçar os principais conceitos.
Todavia, se não teve a chance de assistir, este conteúdo é a oportunidade perfeita para se atualizar sobre tudo o que rolou no evento de T&D que tirou o status quo da zona de conforto e apontou novos caminhos para o futuro da aprendizagem.
Tal qual o Boi-Bumbá separamos três dias para desfilar alegorias e levantar a toada do melhor T&D do Brasil.
De cara, no quesito inovação, Katja Schipperheijn, referência global em futuro da educação, fez uma apresentação instigante sobre por que precisamos resetar nossa mente.
O dia foi cheio de provocações para agir diferente:
Principais insights:
Tecnologia e human skills lado a lado no futuro da aprendizagem
Aula Magna Internacional com Katja Schipperheijn
A tecnologia está moldando a forma como aprendemos, com destaque para realidades imersivas, inteligência artificial e o uso de dados.
O aprendizado se torna social, ágil, integrado ao dia a dia e baseado em confiança: jovens confiam mais no TikTok do que na escola ou nos pais para aprender.
O conceito de aprendizado preditivo aponta para a personalização radical e para o uso de IA agêntica (autônoma).
Pergunta-chave:
Como nos tornarmos mais humanos em um mundo cada vez mais tecnológico? A resposta está na curiosidade, na escuta ativa e no desenvolvimento das competências humanas.
T&D como experiência que tira da inércia e gera valor real
A aprendizagem precisa ir além da transferência de conhecimento e focar na compreensão de problemas complexos, que não têm uma solução única nem definitiva.
Devemos mudar o foco: não é só o que aprender, mas como e por que aprender. O design do aprendizado deve considerar contexto, significado e utilidade.
A resolução de problemas exige pensamento abdutivo (não linear), que se baseia em repertório, heurísticas e experimentações, ou seja, é aprender criando.
O processo de aprendizagem eficaz parte da investigação do problema real, da escuta e da experimentação, não de pacotes prontos ou manuais.
Ressignificando a aprendizagem para uma cultura viva e protagonista
Aprendizagem no Divã com Emanuelle Magno, do Banco Santander
Aprender deixou de ser obrigação e passou a ser uma prática contínua e natural, baseada em curiosidade, adaptabilidade e protagonismo individual.
Ações de T&D precisam ser desenhadas a partir da realidade do colaborador e do negócio, com forte envolvimento da liderança e uso estratégico da tecnologia.
O verdadeiro valor está em conectar repertórios, reconhecer as ferramentas únicas de cada pessoa e incentivar a criatividade compartilhada.
A IA (Inteligência Artificial) é aliada na agilidade e escala, mas o diferencial está na combinação com conexões humanas profundas, experiências presenciais e o autoconhecimento como base da aprendizagem.
O segundo dia do The Learning Curve Festival acelerou o ritmo, Frida Monsén, direto de Estocolmo, falou sobre os desafios para evoluir com a Inteligência Artificial (IA) e por que a usar como uma colega de trabalho no seu dia a dia.
A jornada ainda contou com case de sucesso do Hospital Sírio-Libanês e a aula magna de Alessandra Lotufo sobre o futuro do trabalho. Os principais insights:
Aprendizado como motor estratégico e contínuo
Aula Magna Internacional Frida Monsén
Aprender não é mais atividade extra, é parte central da rotina organizacional, diretamente conectada aos objetivos do negócio.
A inovação em T&D passa pelo uso inteligente da IA para aumentar as capacidades humanas, com agentes personalizados e foco em colaboração, não substituição.
Modelos de aprendizado devem ser flexíveis, combinando momentos digitais, práticos, sociais e autônomos para atingir maior escala e relevância.
Líderes precisam assumir vulnerabilidades, compartilhar suas jornadas e criar espaços seguros onde errar e aprender andam juntos.
Em um mundo hiperestimulado e algorítmico, T&D precisa resgatar o valor da atenção plena, da presença verdadeira e da fricção humana como instrumentos de crescimento emocional e cognitivo.
As novas gerações exigem que o trabalho proporcione vínculos autênticos, vivências significativas e espaço para se expressar com autonomia e voz ativa, e o T&D deve ser plataforma para isso.
O foco sai do cargo e vai para a competência real. Modelos de aprendizagem precisam ser mais fluidos, personalizados, com trilhas que combinem microcertificações, conhecimento profundo e desenvolvimento de soft skills.
O novo T&D forma líderes que entendem o sistema, acolhem vulnerabilidades, promovem vínculos de confiança e ajudam pessoas a performar com saúde mental e integridade.
Aprendizagem com propósito e inovação com pé no chão
T&D precisa investigar profundamente o problema antes de propor soluções. O foco não é agradar, mas entregar impacto real e alinhado ao negócio, partindo de diagnósticos profundos e empatia investigativa.
Inovação acontece com testes ágeis, em grupos pequenos e múltiplas versões, antes de escalar. Teste não é piloto, o experimento deve ser barato e descartável, sem apego.
A IA é uma grande aliada para personalizar trilhas e acelerar produção, mas a experiência humana, a escuta e o aprendizado informal continuam insubstituíveis.
Projetos de T&D só ganham força com envolvimento desde o início das partes interessadas, criação de relações genuínas e redes de apoio que sustentam as mudanças no longo prazo.
Case Academia de Liderança Hospital Sírio-Libanês
One-to-One RH com Andrea Lima Gomes, do Hospital Sírio-Libanês
Mais de 150 líderes participaram da criação, gerando pertencimento e engajamento. A abordagem se baseou na metodologia LEAD (da Affferolab), estruturado em design thinking, escuta ativa e workshops colaborativos.
A academia abandona a lógica de cursos obrigatórios. Os líderes agora escolhem as trilhas conforme suas necessidades reais de desenvolvimento, conectando aprendizagem à prática e às competências estratégicas da organização.
Ajustes contínuos foram feitos com base em feedback, desde carga horária até formatos híbridos de ensino. A estrutura foi construída em apenas 4 meses com sprints ágeis e protótipos validados com as lideranças.
A academia já apresenta NPS de 90 e evolução média de 47% no conhecimento.
Próximos passos: mensurar prática, incluir T&D nos comitês de calibração e fortalecer o senso de comunidade com mentoria e rodas de conversa.
Tudo que é bom dura pouco, já diriam os entusiastas aos jargões, mas aqui na Afferolab preferimos ‘o show tem que continuar’. No terceiro do Learning Curve Festival, André Rocco trouxe para o palco a aprendizagem com prazer e alta performance.
E para finalizar, Maurício Pontuschka abriu sua caixa de ferramentas para falar sobre a IA e como podemos, apesar e por causa dela, aprender com a inteligência artificial.
Flow, Foco e Futuro: Como aprender com prazer e performance
O aprendizado significativo acontece quando há imersão total e prazer na atividade. T&D deve criar experiências que levem as pessoas a “perder a noção do tempo”, com foco, desafio na medida certa e propósito claro.
A inovação em T&D nasce quando os colaboradores são desafiados de forma proporcional às suas competências, estimulando engajamento, criatividade e desenvolvimento de novas capacidades cognitivas e emocionais.
Para gerar aprendizado real, é preciso criar espaços protegidos de distrações, com objetivos claros, feedbacks imediatos e liberdade dentro de contornos estruturados.
Quando times compartilham um propósito e constroem juntos, o estado de flow se estende ao grupo, criando pertencimento, alta performance e prazer duradouro na execução, inclusive em treinamentos, projetos e momentos de criação conjunta.
A grande virada está em enxergar a IA como uma ferramenta poderosa de ampliação das capacidades humanas, e não como uma ameaça. O desafio está em moldar sua aplicação para gerar valor real, com consciência, intenção e curadoria.
Toda tecnologia passa por fases, da ficção à pesquisa, da experimentação à ferramenta. A IA generativa já está na fase de ferramenta com alto acesso, baixo custo e enorme geração de valor. O risco é permanecer na experimentação sem traduzir isso em produtividade e aprendizado de verdade.
O futuro da aprendizagem passa por ensinar as pessoas a aprender com IA explorando o prompt como meio de diálogo e descoberta. O professor deixa de ser a única fonte e se torna curador de caminhos, incentivando o protagonismo na aprendizagem assistida.
Quando usada com propósito, a IA é capaz de personalizar trilhas, sugerir insights, gerar experiências e até construir agentes especializados. O segredo está no “como” usamos a IA para evoluir.
Se você quiser se aprofundar nos temas discutidos no The Learning Curve Festival de 2025, fique atento que nas próximas semanas vamos nos aprofundar em cada tema e nas discussões que provocam uma nova forma de fazer T&D.
E se você quer levar estes insights para sua empresa conheça os programas de capacitação da Afferolab.
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